Marta Andrade é psicanalista lacaniana. Escutadeira por ofício, enveredou pelos caminhos da escrita na tentativa de fazer passar algo que se escuta no vão das palavras. Em 2022, após fazer a travessia socio-eco-literária O Caminho do Sertão de Sagarana ao Grande Sertão: Veredas, que percorre o território descrito por Guimarães Rosa em sua obra Grande sertão: veredas, adentrou no Sertão e fez dele sua morada. Na escuta do território geográfico e linguageiro e das Comunidades Quilombolas do Norte de Minas Gerais, encontrou o som do silêncio e das folias, foi acolhida pelos moradores das comunidades por onde segue escutando o miudinho das estórias e histórias contadas e cantadas. Teve a honra de ser convidada a compor os grupos de dança tradicionais nas Comunidades Quilombolas dos Buraquinhos, Barro Vermelho 1 e das comunidades tradicionais do Morro do Fogo e Serra das Araras, município de Chapada Gaúcha/MG. De lá, segue bordando com palavras e rodando a saia e o verso entre veredas e buritis.