por Marcia Cruz
A Casa Kinross acolheu um encontro especial, na manhã da quinta-feira, 29 de agosto, segundo dia do Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu. Crianças e jovens puderam bater um papo com o escritor Itamar Vieira Junior sobre o livro “Chupim”. A criançada sentiu-se literalmente em casa para fazer perguntas a um dos maiores escritores de língua portuguesa da atualidade.
A Casa Kinross foi inaugurada em 2017 e recebe uma exposição permanente sobre a história de Paracatu desde o século 18 até o século 21. O rico acervo da história da cidade reúne memórias e vídeo-depoimentos de moradores da cidade, que foram coletados e organizados pelo Museu da Pessoa, de São Paulo. O Fliparacatu conversou com Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, sobre esse encontro.
Você pode falar um pouco da vocação para a cultura da cidade de Paracatu e como a Casa Kinross fomenta para que a cidade tenha esse clima de Cultura?
Como você falou, a cultura está muito na veia de Paracatu. Paracatu já nasce com uma vocação cultural muito grande, se você for olhar a história da cidade é uma história que lá, desde o início, já estrutura as suas manifestações culturais. Tem a criação de um teatro quando isso ainda era uma coisa muito incipiente no nosso País, ainda mais numa cidade do interior.
Para Kinross, investir nesse processo de cultura faz parte das prioridades. É prioridade para a cidade, naturalmente, tornou-se prioridade de investimento para nós também, desde 2011. Esse é um eixo de investimento muito central dentro do investimento da empresa, começando lá atrás com essa questão do resgate da cultura imaterial, a valorização das histórias que tinham aqui e, ao longo dos anos, a gente foi redirecionando esse investimento na cultura, de acordo também com o movimento que a cidade fez.
E como a Casa Kinross entra nessa história?
A Casa surge no momento em que era preciso ter um espaço onde essa história pudesse ser organizada e contada. Se você pegar os registros públicos de Paracatu, tem muita história. Até como curiosidade, quando o Museu da Pessoa veio fazer esse trabalho de pesquisa para a criação da Casa, uma das coisas que eles mais ressaltaram, de muitos lugares que eles vão, é a quantidade de história que Paracatu tem, mas não tinha uma exposição, não tinha uma coisa que contasse essa história toda de uma maneira organizada. Então a Casa, para além de ser um espaço de diálogo, é um espaço que conta a história da cidade e é essa a grande vocação, que todo mundo que entra aqui se sinta e se reconheça nessa história, nessa ambiência da cidade de Paracatu. Os nossos investimentos em cultura acontecem muito aqui dentro. Então é isso que a gente viu lá embaixo agora como parte do Fli, que também faz parte de uma programação de um investimento que a gente faz. Nos outros projetos, a gente estabelece a mesma dinâmica. Então a gente tem workshops, oficinas, rodas de conversa, potencializando esse espaço para que cada vez mais as pessoas se apropriem dele também, como parte do processo deles de entender o que é cultura e o que é patrimônio
E qual foi o sentimento ao ver a Casa lotada, com tantas crianças, ouvindo um dos nossos maiores escritores hoje da língua portuguesa?
Fiquei muito emocionada e é lindo de ver. O que faz um espaço ser o que ele é são a capacidade de vida e o que acontece dentro dele. A casa poderia estar aqui estanque, ser muito linda e não ter de fato pessoas vivendo coisas como as que a gente viu ali no auditório. Tem um ponto muito importante que é esse processo de fazer uma democratização da cultura. Então, como você falou, você tem um dos maiores escritores hoje no Brasil conversando com uma plateia diversa de jovens e crianças que se conectaram completamente com a fala do Itamar. A qualidade das perguntas que a gente viu ali embaixo faz, de fato, pensar que o Brasil tem jeito.
Na programação da manhã, a gente teve o Museu da Pessoa contando as histórias de cordéis e sobre as personagens aqui de Paracatu também para estudantes do ensino público. É que também trouxe as mesmas questões: ver como as crianças quando têm acesso a esse tipo de conteúdo, como elas se conectam e interagem automaticamente.
Como você vê essa parceria com o Fli para o futuro. O que vocês esperam de fruto desse fomento à literatura na cidade de Paracatu?
Olha, posso falar do que a gente tem hoje, do processo que vem acontecendo desde o ano passado. A gente deu aquele primeiro passo, no ano passado, de trazer um festival dessa envergadura para Paracatu e a gente chega na segunda edição muito mais estruturados. Como você falou, nessa questão de fortalecer e criar essa cultura da literatura dentro desse território. O Fli é mais uma dessas atividades que propõem isso, e temos as exposições, o próprio Sempre um Papo também vem como um investimento da empresa para fazer essa costura e para perpetuar, nos outros meses do ano, a discussão sobre literatura e como a literatura transforma as vidas. Essa parceria da empresa com o Fli é uma das iniciativas que mais potencializam a importância da literatura em Paracatu.
Sobre o Fliparacatu
O 2.º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu – acontece entre os dias 28 de agosto e 1.º de setembro, com o tema “Amor, Literatura e Diversidade”. A entrada é gratuita para todas as atividades. O Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem o apoio da Prefeitura de Paracatu, Academia Paracatuense de Letras e Fundação Casa de Cultura.