Conceição Evaristo e Afonso Borges na cerimônia de abertura do Festival (Foto: Ranch Films)

Foi com cortejo de Caretagem da comunidade quilombola dos Amaros que o primeiro Festival Literário Internacional de Paracatu teve início, nesta quarta-feira, 23 de agosto. Saindo da Praça Matriz, onde está exposta a mostra “Portinari Negro”, e seguindo até o pórtico da Rua Goiás, no Centro Histórico de Paracatu, os moradores dançaram vestindo máscaras, bengalas e roupas confeccionadas com fitas coloridas. Alguns autores da programação do Fliparacatu acompanharam o cortejo, como Marco Haurélio, Jamil Chade, Alessandra Roscoe, Nádia Gotlib, Juliana Monteiro, Ricardo Prado, Silvana Gontijo e a escritora homenageada do Festival, Conceição Evaristo.

Após a dispersão do grupo, o público presente se reuniu para realizar o corte da fita que inaugura a edição de estreia do Fliparacatu. Quem ficou responsável por cortar a fita foi Madalena, pequena visitante do Festival que acompanhou a cerimônia de abertura. Com a ajuda do curador do Festival Afonso Borges e da escritora homenageada, o ato simbólico representou o fortalecimento da literatura na cidade de Paracatu.

Logo em seguida, a Igreja Nossa Senhora do Rosário recebeu o público para conferir algumas palavras dos curadores Sérgio Abranches, Afonso Borges e Tom Farias. Borges, que é também diretor e idealizador do Festival destacou em sua fala os objetivos centrais do Fliparacatu: incentivar o hábito da leitura e o interesse pelos livros. “Essa é a matriz de todos os nossos sonhos e realizações, porque só a cultura transforma a pessoa – ou melhor, forma a pessoa –, com a educação”, disse.

A Autora Homenageada do Festival, Conceição Evaristo, também subiu ao palco para proferir algumas palavras. “Começo agradecendo à ancestralidade negra, que está aqui na raiz dessa cidade, na raiz dessa igreja”, disse. Ela destacou, em sua fala, o racismo e a discriminação presentes ao longo da formação do Brasil. “Nós temos uma história complicada e vergonhosa. […] A gente sabe que determinadas identidades ainda são identidades sacrificadas nesse País. E acho que a cultura tem o poder de atenuar todas essas mazelas”, disse a autora.

Também subiu ao palco Ana Cunha, Diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross. Ela afirmou que a realização do Fliparacatu é a materialização de um sonho para a Kinross, que entende a importância do investimento na cultura. “Quero agradecer profundamente a todos os parceiros que estão hoje, aqui, fazendo isso ser possível. […] Poder ver essa festa tão linda e o que está por vir nos próximos dias é, sem dúvida, motivo de muita honra, muita alegria para nós”, afirmou.

Além deles, o Padre Hilton, pároco que cedeu os espaços da Paróquia Santo Antônio de Pádua para a realização do Fliparacatu, também participou da abertura do evento. Ele também falou algumas palavras a respeito do Festival e deu a sua bênção ao público presente. “A nossa cidade de Paracatu está se abrindo para um novo tempo: um tempo de cultura, um tempo de amor e tempo de muitas realizações”, afirmou o padre.

Este foi apenas o primeiro dia do Festival Literário Internacional de Paracatu – confira a programação completa dos próximos dias clicando aqui!

O Festival Literário Internacional de Paracatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e com o apoio da Prefeitura Municipal de Paracatu, da Paróquia de Santo Antônio e do Projeto Portinari. Com a curadoria de Tom Farias, Sérgio Abranches e Afonso Borges, acontece entre os dias 23 e 27 de agosto de 2023, no Centro Histórico da cidade.

Serviço:

Festival Literário de Paracatu – Fliparacatu

De 23 a 27 de agosto, quarta-feira a domingo

Local: programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @‌fliparacatu

Entrada gratuita

Informações para a imprensa:

imprensa@fliparacatu.com.br

Jozane Faleiro  – 31 992046367/ Letícia Finamore – 31 982522002