Cláudio Fraga, criador do Tubarão Martelo e diversos personagens marinhos, junto com Tino Freitas animam a criançada na tarde desta sexta-feira
Por Fernanda Martins
Música, histórias e mistérios do fundo do mar tomaram conta do Teatro Afonso Arinos na tarde de sexta (29/8), na 3ª edição do Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu 2025. O criador do texto original do livro O Tubarão Martelo e os Habitantes do Fundo do Mar, Cláudio Fraga; e Tino Freitas, escritor que fez a adaptação da obra para a literatura, encantaram as cerca de 400 crianças que foram conhecer o enredo do livro que narra uma aventura que alia fantasia, amizade e consciência ambiental. Em uma tarde animada com cantoria, dança e interação, os autores levaram os pequenos leitores a refletirem sobre a importância da preservação dos oceanos e também a conhecer as características de alguns animais marinhos que integram o projeto liderado por Cláudio Fraga.
Logo na abertura, o clima já era de brincadeira. Tino Freitas, que vestia uma camisa branca estampada com peixes azuis, puxou o clássico “Peixe Vivo”, acompanhado pelas palmas das crianças, e brincou que um peixe o acompanhava naquela tarde. A conexão entre os dois aconteceu no olhar e, logo, Cláudio Fraga entrou com a música “Peixinhos”, que integra o álbum musical O Tubarão Martelo. Com o refrão “Quem sabe nadar são os peixinhos do mar?”, a plateia ficou ainda mais aquecida. A cada refrão, as vozes infantis ganhavam força, a timidez ia se perdendo entre sorrisos e cada criança mostrava familiaridade com o universo marinho que estava por vir.
A partir daí, a roda se transformou em ensaio coletivo para a apresentação do espetáculo de “Tubarão Martelo”, que será realizado no domingo (31) no fechamento do Fliparacatu 2025, às 11h, no teatro Afonso Arinos. Entre palmas, coreografias improvisadas e gargalhadas, Cláudio Fraga abriu a cantoria e lançou a rima “Filho de peixe, peixinho é...”, recebendo em coro a resposta: “…ou até tubarão!”. Ali ninguém mais teve dúvidas: o público já conhecia bem o som da personagem que se tornaria a estrela da tarde.
A energia era contagiante e o ritmo do “Tubarão Martelo” já regia o ritmo e não desgrudava da cabeça. Cláudio Fraga, apresentado por Tino Freitas como “pai do Tubarão Martelo”, contou como a ideia nasceu, há mais de dez anos, quando o artista foi desafiado pela diretora da escola de seu filho de 4 anos a inventar uma história sobre o fundo do mar. “Naquela mesma noite criei a música do tubarão que é diferente, o martelo. E pensei: ele é lindo porque é diferente”, falou como pai.
O que era para ser apenas uma apresentação escolar cresceu. Com músicas compostas para personagens do fundo do mar, o projeto se transformou em vídeos de animação, espetáculo musical, filme – que está participando de festivais de cinema e já venceu o Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI) e livro. Hoje, o Tubarão Martelo acumula quase 50 milhões de visualizações no canal oficial do YouTube e segue conquistando gerações.
Entre uma história e outra, a dupla mantinha a plateia em movimento. Cláudio apresentou a canção da baleia, descrita como gigante “maior do que três elefantes”, e ensinou gestos que simulavam seu nado. Em minutos, todos os braços acompanhavam a melodia. Em outro momento, cantou a música da personagem que dá nome à marca Tubarão Martelo. Ele brincou que tubarões não podem “ficar banguelos”, trecho da canção, lembrando a importância de escovar os dentes. A cada provocação, a resposta vinha em coro, em tom de brincadeira e aprendizado.
A mensagem ambiental também esteve presente. “Pode jogar lixo no fundo do mar?”, perguntou Cláudio Fraga. “Não!”, gritaram as crianças, antes de ouvir a narrativa em que o Capitão Jack, uma das personagens, fica preso em uma rede de pesca e é salvo justamente pelo Tubarão Martelo. “O tesouro que ele descobre é a própria vida marinha, a natureza e a família”, completou o autor.
Do vídeo para o livro e para o palco
Tino Freitas compartilhou que estava em casa, quando Cláudio o convidou a transformar o roteiro do filme e do espetáculo musical em um livro. Assim nasceu “O Tubarão Martelo e os Habitantes do Fundo do Mar”, publicado recentemente. A obra mistura rimas e ilustrações vibrantes e traz um recurso interativo para a conexão ao universo musical: QR-Codes que levam direto às músicas.
Quando Cláudio Fraga anunciou o show completo, no domingo (31) de manhã, a plateia ficou ainda mais animada. “Depois do café, chamem a mamãe, o papai, tios, irmãos. É gratuito”, convidou Tino. Cláudio adiantou que, além do tubarão, estarão no palco o capitão Jack, as sereias, a tartaruga, o golfinho, a baleia e outros habitantes do fundo do mar.
A canção da tartaruga Tata também levou dezenas de crianças para a frente do palco. E para encerrar, Cláudio convocou as crianças a se levantarem para cantar e dançar a música do Tubarão Martelo. Ombros balançando, passos improvisados e pulos coletivos transformaram o teatro em pista de dança. “Quem está feliz aí canta!”, pediu Cláudio. E eles cantaram, altos e afinados, como em um grande coral. A atividade encerrou com aplausos entusiasmados e o brilho no olhar de quem viveu uma experiência para guardar.
O Festival
Com uma programação diversa, para todos os públicos, no 3.º Fliparacatu haverá debates literários, lançamentos de livros, contação de histórias para as crianças, prêmio de redação, apresentações musicais, entre outros. O Festival homenageia os escritores Valter Hugo Mãe e Ana Maria Gonçalves e tem a curadoria de Bianca Santana, Jeferson Tenório e Sérgio Abranches.
O 3.º Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem apoio da Caixa, da Prefeitura de Paracatu, da Academia de Letras do Noroeste de Minas e parceria de mídia do Amado Mundo.
Serviço:
3.º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu
Data: de 27 a 31 de agosto, quarta-feira a domingo
Local: programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu
Entrada gratuita
Informações para a imprensa:
imprensa@fliparacatu.com.br
Jozane Faleiro – 31 992046367