
O nome de Candido Portinari está presente no I Fliparacatu em diversos âmbitos, a começar pela exposição “Portinari Negro”, que já embeleza a cidade mineira antes mesmo do início efetivo do Festival. Ademais, a programação do evento conta com a presença de João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari e presidente da Associação Cultural Candido Portinari. Na ocasião, o convidado abordará o tema “Candido Portinari: Do Cafezal à ONU – De mãos dadas com os escritores e poetas de seu tempo”, no primeiro dia do Fliparacatu, 23 de agosto, a ser realizado às 20h, no Centro Pastoral São Benedito.
O pintor Candido Portinari fez parte do que é conhecido como o movimento modernista brasileiro, expressão artística muito conhecida pela comunidade artística internacional que também engloba os trabalhos de Oscar Niemeyer, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi. Um dos indicadores do reconhecimento do movimento modernista brasileiro além das fronteiras nacionais é o painel “Guerra e Paz”, que integra o acervo artístico da Organização das Nações Unidas, a ONU.
Não só a exibição da arte nacional em uma instituição de tamanho reconhecimento e importância é louvável para o Brasil, mas também o fato de ser uma obra de um artista que tanto representou o povo brasileiro. Isso porque as obras de Candido Portinari retratam a cultura, história e vida do Brasil em suas pinturas. Seus trabalhos abordam temas sociais, culturais e políticos e colocam em voga a identidade e as questões do povo brasileiro. Além disso, seu acervo tem um impacto permanente na história da arte nacional, uma vez que promove a identificação profunda do público brasileiro e preserva a memória do país.
Quanto à história do painel “Guerra e Paz”, Portinari dedicou cinco anos de sua vida à criação da obra, que é dividida em duas partes, cada uma contendo 14×10 metros. Assim como o nome da pintura traz dois elementos, a guerra e a paz, o painel também foi dividido dessa forma: a primeira metade foca na guerra, enquanto a segunda ilustra momentos de paz. Os personagens são todos baseados em pessoas que o pintor conheceu ao longo dos seus cinquenta anos de vida, com retratos de sua infância em Brodowski, interior de São Paulo, e até sua conhecida interpretação dos retirantes. Os painéis foram presenteados à ONU em 1956 e prontamente instalados em um dos pontos de maior relevância da sede, construída em Nova York: “Guerra” se encontra na entrada da Assembleia Geral, enquanto “Paz” foi acondicionada na saída. Assim, o trabalho do brasileiro serve de lembrete aos líderes do mundo do que está em jogo durante as assembleias, e qual o objetivo final que se busca: transformar guerra em paz.
Desde 1979, o Projeto Portinari é voltado para o levantamento, à catalogação, à pesquisa e à disponibilização dos dados sobre a obra, vida e época do artista brasileiro Candido Portinari (1903-1962).
Além de localizar, fotografar e catalogar mais de 5.400 pinturas, desenhos e gravuras e 30 mil documentos, dispersos por todo o território brasileiro e em mais de 20 países das três Américas, da Europa e do Oriente Próximo, o Projeto Portinari realiza ampla pesquisa sobre este material, incluindo a expertise de autoria de cada obra e o estabelecimento de uma cronologia completa da produção total do pintor, entre muitas outras tarefas. Ao cabo de 25 anos de trabalho, em 2004, o Projeto Portinari publicou o Catálogo Raisonné “Candido Portinari – Obra Completa”, primeira publicação com estas características em todo o hemisfério sul. Com esta realização recebeu quatro dos principais prêmios do País: o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, outorgado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN; o Prêmio Jabuti, outorgado pela Câmara Brasileira do Livro; o Prêmio CLIO de História, outorgado pela Academia Paulistana da História, e o Prêmio Sérgio Milliet, outorgado pela Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA.
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O Festival Literário de Paracatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e com o apoio da Prefeitura Municipal de Paracatu, da Paróquia de Santo Antônio e do Projeto Portinari. Com a curadoria de Tom Farias, Sérgio Abranches e Afonso Borges, acontecerá entre os dias 23 e 27 de agosto de 2023, no Centro Histórico da cidade.
Serviço:
Festival Literário de Paracatu – Fliparacatu
De 23 a 27 de agosto, quarta-feira a domingo
Local: Programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu
Entrada gratuita
Informações para a imprensa:
imprensa@fliparacatu.com.br
Jozane Faleiro – 31 992046367