A autora conversou com adolescentes sobre a importância da representatividade na literatura

Por Laura Rossetti

Foto de capa por @alnereis

A escritora, professora e palestrante Lavínia Rocha deu início à programação do 3.º Fliparacatu nesta quinta-feira, 28/8, segundo dia do festival. Lavínia publicou mais de 15 livros para o público infantojuvenil, como a obra “Entre, corra e pule: aventuras (nada) virtuais pela África”, que foi finalista do Prêmio Erê Dendê neste ano. Durante a apresentação, a autora contou de forma envolvente e tocante sobre sua trajetória como leitora e escritora, no Teatro Afonso Arinos, que estava todo ocupado por adolescentes.

Lavínia começou contando sobre como ela se tornou leitora, apaixonada por literatura. “Eu era uma criança muito levada. Por um tempo, eu morei na casa da minha avó eu, minha mãe e meu pai. E a minha mãe começou a ficar com vergonha de como eu era levada. E ela descobriu que tinha uma coisa que me deixava quietinha: uma coleção de livros.” Depois, na escola, Lavínia contou ainda com o incentivo da bibliotecária Terezinha, que acabou sendo homenageada pela autora no livro “O mistério da sala secreta”.

Ainda na escola, tendo o incentivo de sua professora de produção de texto Patrícia Nolasco, Lavínia Rocha começou a gostar de escrever, e publicou seu primeiro livro aos 11 anos de idade, intitulado “Um amor em Barcelona”.

Mas, mesmo que a autora tenha se encontrado na literatura desde cedo, ela contou que ser escritora para ela parecia algo muito distante de sua realidade. “Eu lia muito livro estrangeiro, traduzido para o português, e, quando eu pensava nos escritores nacionais, eu pensava nos clássicos literários, que era o que a gente estudava na escola”. Como exemplo, a autora mostrou as fotografias de Graciliano Ramos, José de Alencar e Guimarães Rosa. “Nomes importantíssimos da nossa literatura, mas (…) pessoas que não se pareciam comigo. A maioria era homens, brancos, mais velhos e que já tinham morrido”, disse.

Isso começou a mudar quando Lavínia, depois de publicar seu segundo livro, “De olhos fechados”, passou a frequentar bienais e outros eventos literários onde conheceu escritores e, principalmente, escritoras com as quais ela se identificou. “Eu comecei a conhecer escritoras negras de diferentes tons de pele: negras de pele clara, negras de pele escura; com cabelos cacheados, cabelos crespos; escritoras brasileiras e internacionais”, contou a autora.

As experiências de Lavínia conhecendo escritoras que se pareciam com ela foram transformadoras em sua trajetória pessoal e profissional e, além de parar de alisar seu cabelo, a autora passou a escrever livros com protagonistas negros. Por exemplo, livros de fantasia e  mistério, como os da trilogia “Entre 3 mundos”, lançada em 2022.

Também às 8h30, aconteceram duas oficinas dentro da programação infantojuvenil, nas Estações Literárias 1 e 2. A primeira, “Papelão: Onde Tudo Ganha Vida”, foi com o educador e artista Junior Mattos, que enfeitou brinquedos de papelão com crianças. A segunda oficina, ministrada pelo artista visual Petchó Silveira, também teve o papelão como suporte para as pinturas. O artista paraense é o autor da mostra “Ocupação”, em exibição na Casa de Cultura de Paracatu durante os dias do festival. 

Confira a apresentação completa de Lavínia Rocha no canal do YouTube do Fliparacatu.

Serviço:

3.º Festival Literário Internacional de Paracatu Fliparacatu
Data: 27 a 31 de agosto de 2025, quarta-feira a domingo
Local: Centro Histórico de Paracatu (MG) – Entrada gratuita
Mais informações @fliparacatu – www.fliparacatu.com.br

Informações para a imprensa:

imprensa@fliparacatu.com.br

Jozane Faleiro  – 31 992046367