O escritor italiano Roberto Parmeggiani chega ao Brasil em agosto para participar da programação do 3.º Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu). Tradutor e educador, Roberto escreve em italiano e português e é autor de livros infantis, poemas e ensaio. O Festival, guiado pela temática “Literatura, Encruzilhada e a Desumanização”, vai acontecer de 27 a 31 de agosto de 2025, em vários locais do Centro Histórico da cidade, em especial na praça onde se localiza a Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Uma característica marcante da escrita de Roberto Parmeggiani é a preocupação com a acessibilidade e inclusão. “‘Todos os usos da palavra ‘para todos’ me parece um bom lema, com um belo tom democrático. Não porque sejamos todos artistas, mas para que ninguém seja escravo”, afirma o autor, que é presidente de uma associação que desenvolve projetos relacionados à literatura acessível, a Associação Centro de Documentação Handicap.

A partir do seu trabalho com pessoas com deficiência, o autor desenvolveu uma experiência e  reflexão sobre o livro como prática de inclusão. “O livro acessível não é um livro para alguém, é um livro para alguém a mais”, afirma, convencido de que a pluralidade das linguagens, assim como das formas dos livros, são um enriquecimento para todos e não uma reserva dentro da qual protege alguém.

A literatura que tem como objeto a diversidade, no conteúdo e na forma, não se limita a transpor a realidade ou a oferecer uma facilitação. As palavras definem contextos nos quais é possível encontrar-se para além dos estereótipos e das simplificações reducionistas. Sentir-se e ver-se representado significa perceber-se como existente e, portanto, parte do contexto cultural e imaginativo ao qual todos nos referimos e do qual todos necessitamos para crescer.

A necessidade de tornar cada vez mais possível o uso da palavra para todos está na base da reflexão sobre a acessibilidade, que deve ter em conta estes dois aspectos: a diversidade como um dos conteúdos da história, mas também como uma das formas de leitura.

No livro “Desabilidade” o educador afirma que “a desabilidade aparece no encontro entre o déficit e o contexto. É a manifestação de uma dificuldade, a do contexto que não está pronto para acolher, mas também a da pessoa que não tem as ferramentas necessárias para interagir com aquele contexto. Em ambos os casos, existe uma falta. O livro pode ser uma das ferramentas para  preencher esta falta”.

Contando a prática educativa nas escolas e com o grupo integrado de educadores e animadores com deficiência do projeto Librarsi da Associação Centro de Documentação Handicap de Bolonha, Roberto Parmeggiani propõe uma reflexão prática sobre os processos inclusivos por meio dos livros. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a escrever livros na linguagem de símbolos, uma técnica de inclusão literária revolucionária, ainda pouco conhecida no Brasil.

Roberto Parmeggiani nasceu em Bolonha em 1976. É escritor, tradutor e educador, formado pela Universidade de Bolonha em Ciências da Educação. Publicou os livros infantis “A avó adormecida” e “O mundo de Arturo”, com ilustrações de João Vaz de Carvalho, o livro de poesias “Felicidade submersa” e o ensaio “Desabilidade”. Seu novo livro acessível, escrito com os símbolos da comunicação aumentativa e alternativa, “A lição das árvores e outros contos”, será lançado em breve pela editora italiana La Meridiana. Em 2024, ele se tornou também editor em um projeto de divulgação da literatura brasileira na Itália.

3.º Fliparacatu

Com uma programação diversa, para todos os públicos, o 3,º Fliparacatu conta com debates literários, lançamentos de livros, contação de histórias para as crianças, prêmio de redação, apresentações musicais, entre outros. O Festival homenageia os escritores Valter Hugo Mãe e Ana Maria Gonçalves, e tem a curadoria de Bianca Santana, Jeferson Tenório e Sérgio Abranches.

O 3.º Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem apoio da Caixa, da Prefeitura de Paracatu, da Academia de Letras do Noroeste de Minas e parceria de mídia do Amado Mundo.

Serviço:

3.º Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu)

De 27 a 31 de agosto, quarta-feira a domingo

Local: programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @‌fliparacatu

Entrada gratuita

Informações para a imprensa:

imprensa@fliparacatu.com.br

Jozane Faleiro  – 31 992046367

(Foto: arquivo pessoal)