
A mesa começou com falas em homenagem a Luis Fernando Veríssimo
Por Laura Rossetti
Foto por @bleia
A poesia foi o norte da mesa com os escritores Fernanda Bastos, Paulo Scott e Roberto Parmeggiani, que ocorreu na tarde deste sábado, 30/8, no 3.º Fliparacatu. Os três conversaram sob a mediação de Amara Moira, autora de “Neca: romance em bajubá”, sobre o tema “Versos em chamas”.
Autora de volumes de poesia e ensaio, Fernanda Bastos publicou seu primeiro livro de poemas, “Dessa cor”, em 2018, seguido por “Selfie-purpurina”, de 2022. A escritora começou sua fala homenageando o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, que faleceu na manhã deste sábado. “Ele falou muito bem do Brasil, com humor, e falou do mundo também com seu olhar de alguém que era viajante. O Luis Fernando Veríssimo certamente é uma influência para todos nós, porque ele mostrava o quanto a gente pode falar de temas difíceis, duros, e o quanto a gente pode (…), nessa ânsia de fazer crítica social, se separar ou se agredir. A literatura dele conseguia ser sempre muito leve”, destacou Fernanda.
Geralmente reconhecido por seus livros de prosa como os romances “Marrom e amarelo” e “Habitante irreal”, Paulo Scott acaba de lançar a antologia de poemas “Sanduíche de anzóis”. O autor contou que a poesia foi muito importante em sua vida desde cedo, porque ele era uma criança muito tímida e com disfemia. “Eu comecei a escrever poesia aos 12 anos de idade, e ter me apaixonado pelas palavras me ajudou muito“, conta.
O escritor italiano Roberto Parmeggiani, convidado internacional do 3.º Fliparacatu, falou sobre o significado, para ele, de escrever em português. “Escrever poemas em português foi um desafio, foi uma tentativa de brincar com a língua. A poesia é brincar com as palavras e, às vezes, ter um limite, ou uma dificuldade, ajuda a descobrir algo”, disse. Além disso, o autor ressaltou a importância do cuidado na escolha das palavras que as pessoas dirigem umas às outras. “Quando eu falo uma palavra, quando escrevo uma palavra, quando eu construo um texto, estou construindo uma relação de amor e afeto com o outro, então ao usar as palavras precisamos ter respeito”, considerou. Roberto é autor do livro de poemas “Felicidade submersa”, entre outras obras como “Desabilidade” e “A avó adormecida”, e atua como editor em um projeto de divulgação da literatura brasileira na Itália, na Edizioni Noi.
Confira a conversa completa no canal do YouTube do Fliparacatu.