Última mesa da Programação Regional do Festival abordou as encruzilhadas na vida e na literatura

Por Laura Rossetti

Foto por @alnereis

A mesa de encerramento da Programação Regional do 3.º Fliparacatu aconteceu às 11h deste sábado, 30/8. “Memórias e diálogos na encruzilhada: a escrita de mulheres negras para além do tempo” foi o tema que direcionou a conversa entre Benedita dos Reis e Waleska Barbosa, mediada por Leonor Soares. O bate-papo aconteceu na Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM).

Leonor, que é jornalista e mestre em Direitos Humanos e Cidadania, deu início à mesa apresentando as outras duas convidadas da, “(…) duas escritoras negras de gerações, regiões e origens distintas, mas que lançaram seus primeiros livros no mesmo tempo histórico”. Uma é a paracatuense Benedita dos Reis Soares Costa e a outra é a paraibana de Campina Grande Waleska Barbosa.

Waleska é autora dos livros “Que o nosso olhar não se acostume às ausências” (2021) e “Ipês não são domesticáveis”, publicado neste ano. Na conversa, a autora falou sobre o conteúdo desta sua mais recente obra: “Essa seleção, que homenageia a cidade [de Brasília] reúne 65 crônicas. São histórias variadas de pessoas, de coisas que eu gosto de viver lá e que aprendi lá, como o chorinho, esse gênero musical brasileiro”.

Já Benedita lançou seu primeiro livro, “Passeio pelo tempo” em 2009, aos 70 anos de idade, tendo atuado como professora e diretora escolar por muitos anos. Autora também dos livros “Por causa de um sonho” (2015) e “A menina da praça” (2025), ela é atualmente membro da ALNM. Em consonância com o tema do Festival nesta terceira edição, “Literatura, Encruzilhada e a Desumanização”, Benedita contou sobre sua trajetória até chegar à literatura e as encruzilhadas que ela viveu até chegar à escrita.

“A encruzilhada que eu conheço é quando a gente ia pra roça, andando à cavalo ou a pé, chegava em um entroncamento, e a gente tinha que tomar uma direção (…). Encruzilhada é justamente o momento em que a gente toma uma decisão – ou certa ou errada – e segue aquele caminho. Adiante, se você viu que o caminho deu certo, você continua. Quando você vê que ele não dá certo, você volta para a encruzilhada para pegar outro caminho. Então são essas encruzilhadas que fizeram a minha vida e o que sou hoje”, afirmou Benedita.

Confira a mesa completa no canal do YouTube do Fliparacatu.