Por Letícia Finamore
A programação voltada para o público adulto desta quinta-feira, 29 de agosto de 2024, teve início às 17h, quando Flávia Helena, José-Manuel Diogo e Pierre Ruprecht subiram ao palco do Auditório Afonso Arinos. Na ocasião, os três apresentaram seus trabalhos, o que rendeu em uma conversa que compreendeu as interseções de suas linhas de atuação.
Flávia Helena é escritora e lança, no 2.º Fliparacatu, a obra “Um novo Sol”, feita em parceria com seu marido, Paulo Lins. A autora contou que sempre acreditou no poder que a literatura tem de mudar a vida das pessoas, facilitando, assim, a compreensão – e a expressão – do mundo.
Uma das preocupações de José-Manuel Diogo, que recentemente se tornou produtor cultural, é a falta de acesso ao livro pelas pessoas que já são alfabetizadas e sabem ler. Para ele, os maus hábitos de leitura cultivados nos tempos recentes são desafios enormes para a vida em sociedade e, sobretudo, para a democracia. Referindo-se a Pierre Ruprecht, que atua desde 2011 como diretor executivo da SP Leituras, organização social dedicada à leitura e bibliotecas (sobretudo, bibliotecas públicas), chamou essas instituições de festivais permanentes.
Pierre, por sua vez, disse que “quando não tivermos mais escritores, estaremos roubados”. Essa ideia é provocativa, mas traz a questão da presença literatura para a sociedade, referindo que o trabalho feito por esses profissionais é importante para a vida em comum. Dando continuidade, Pierre diz que as bibliotecas públicas não são instrumentos de educação, mas sim de cultura. Elas lidam com a construção autônoma do conhecimento, uma vez que as pessoas procuram voluntariamente por elas para se aprofundarem em diferentes assuntos. O administrador traça, assim, um paralelo sobre bibliotecas dessa natureza e as escolares, onde o caráter de pesquisa não é autônomo, e sim norteado pelo guia pedagógico de cada instituição.
O compromisso comunitário passa pela questão da cidadania. Quando se pensa em uma biblioteca, algumas coisas mudam. As bibliotecas públicas são uma espécie de praça cultural, onde as manifestações culturais do lugar onde estão localizadas têm espaço e são formatos de comunicação. Trata-se de lugares seguros para experimentar a alteridade – experimentar ideias e vivências que ainda não se conhece. Ao mesmo tempo, a literatura é um meio para mergulhar na interioridade e entender o que ecoa dentro de cada pessoa. Diante disso, as tantas preciosidades que as bibliotecas – neste caso, as públicas – apresentam aos leitores só existem porque a literatura é inerente a elas.
Retornando para Flávia Helena, a escritora disse que a literatura ajuda as pessoas a compreender tudo. Mas, da mesma forma, as impressões de cada pessoa sobre o mesmo acontecimento é diferente para cada indivíduo. Independentemente disso, a literatura consegue aproximar e inserir as pessoas em diferentes contextos.
Finalizando, José-Manuel Diogo fala sobre a perenidade da literatura, enaltecendo o Fliparacatu, reiterando a importância de realizar festivais literários como este, capaz de unir pessoas, promover encontros e convidar para adentrar o mundo das palavras.
Sobre o Fliparacatu
O 2.º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu – acontece entre os dias 28 de agosto e 1.º de setembro, com o tema “Amor, Literatura e Diversidade”. A entrada é gratuita para todas as atividades. O Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem o apoio da Prefeitura de Paracatu, Academia Paracatuense de Letras e Fundação Casa de Cultura.
Serviço:
2.º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu
De 28 de agosto a 1.º de setembro, quarta-feira a domingo
Local: programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu
Entrada gratuita
Informações para a imprensa:
imprensa@fliparacatu.com.br
Jozane Faleiro – 31 992046367/ Letícia Finamore – 31 982522002