por Gabriel Pinheiro
Nesta sexta-feira, o ciclo de mesas do 2.º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu – realizado na Academia de Letras do Noroeste de Minas seguiu com o tema “O papel da oralidade na compreensão da Literatura Sertaneja”. A professora aposentada da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes –, Helen Ulhôa Pimentel, recebeu o o professor e escritor paracatuense Marcos Sílvio Pinheiro, numa conversa que mergulhou na linguagem do sertão e na maneira como a imagem sertaneja foi sendo construída ao longo do tempo.
Marcos Sílvio Pinheiro norteou sua fala a partir de três autores: o paracatuense Afonso Arinos, Patrono do Fliparacatu; Mário Palmério e Guimarães Rosa. “O meu primeiro despertar para a literatura foi com um deles: Mário Palmério.” Ele comentou que conheceu o escritor ouvindo-o contar “causos” sertanejos, histórias de jagunços. Um despertar para a literatura pela oralidade.
Marcos destacou o papel precursor de Afonso Arinos na literatura regionalista, sobretudo no retrato dos aspectos do sertanejo e sua linguagem: “Ele introduz essa linguagem na literatura brasileira. Os costumes, a cultura. Ele dá esse passo inicial”. Para o escritor, é a partir da literatura regionalista que o homem sertanejo passa a ser protagonista da nossa história. Ao fim da conversa, Marco lamentou a drástica mudança dos cenários retratados por autores como Afonso Arinos e Guimarães Rosa hoje: “Cadê os buritis de Arinos? Cadê as veredas de Guimarães?”
O ciclo de mesas da Academia de Letras do Noroeste de Minas prosseguiu no período da tarde com o tema “Afonso Arinos e as influências estrangeiras: antevendo a identidade nacional brasileira”, com a participação de Alessandre Machado Pereira Dias, Daniela Prado e Carol Campos de Carvalho.
O 2.º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu – acontece entre os dias 28 de agosto e 1.º de setembro, com o tema “Amor, Literatura e Diversidade”. A entrada é gratuita para todas as atividades. O Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem o apoio da Prefeitura de Paracatu, Academia Paracatuense de Letras e Fundação Casa de Cultura.