por Marcia Cruz
Alunos e alunas das escolas públicas e privadas de Paracatu interagiram com os escritores Leo Cunha e Marco Haurélio na tarde do terceiro dia do 2.º Festival Literário Internacional de Paracatu, no Centro Histórico, na sexta-feira (20/8). Na atividade que integra a programação infantil, os escritores apresentaram poesias e cordéis para um auditório lotado e animado. “O cordel é a poesia do povo, a poesia do amor, da diversidade, da liberdade. É a poesia que nosso país tem de mais forte, porque tem a alma do nosso povo”, define Marco Haurélio.
Os escritores convocaram a criançada para ajudá-los na construção das narrativas, completando as rimas e indicando o desenrolar da história. Leo Cunha e Marco Aurélio começaram falando de poesia de uma maneira geral, antes de introduzir o cordel.
Marco Haurélio perguntou às crianças o que são os cordéis e convidou a todos para visitarem a exposição “Vidas em Cordel”, em cartaz na Biblioteca pública de Paracatu. Quem for até lá poderá conhecer a história de personalidades paracatuenses.
A exposição é composta por cordéis que foram escritos em parceria com o Museu da Pessoa: “Dona Benzinha Araújo; a grande mãe de Paracatu”, de Nilza Dias; “Romilda de Fátima: filha da liberdade”, de Gigio Xukuru e “Dona Santinha: a que veio com a chuva”, de Marco Haurélio. A exposição também conta com outros títulos de cordéis.
Leo envolveu a criançada ao ler o poema “Trem doido”, do livro “A poesia se faz num pescar de olhos”. Depois, Leo convidou as crianças para participarem da história do livro “É mentira da barata?”, com os versos organizados em quadras.
Para finalizar a participação, Leo apresentou “A caminho de Belém”, um livro de cordéis em que ele relaciona as histórias do homem, da mulher e do burro. Ao acrescentar Belém como destino do trio, ele inclui Jesus Cristo. “O cordel é muito popular, muito coloquial. Tem o ritmo, as rimas que ajudam a gente a memorizar. É um gênero muito gostoso, por isso escolhemos integrar à programação infantil”, disse Leo.
A linguagem do cordel cativou as crianças. “A rima do cordel, por conta da repetição e do encanto narrativo, cativa. É fazer com que a imaginação desfile pelas rimas do cordel”, define Marco Haurelio, que apresentou “A lenda do Saci em cordel”.