Patrocinada pela Kinross, a Mostra revela a força do artista contra o racismo e vai inspirar os estudantes a escrever redações.

 

O Festival Literário Internacional de Paracatu deu início às atividades com uma ação muito especial. De maneira inédita, trouxe para a cidade a exposição “Portinari Negro”, que reúne 42 reproduções das obras de Candido Portinari. A seleção e curadoria são do Projeto Portinari, fundado em 1979 por João Candido Portinari, fundador e diretor-geral da instituição. A abertura foi realizada no dia 22 de maio, na Praça da Matriz de Santo Antônio, local da exposição, e segue até o dia 30 de agosto. A entrada é gratuita.

 

A inauguração da exposição, quatro meses antes da abertura oficial do Festival Literário Internacional de Paracatu, que acontece no município mineiro de 23 a 27 de agosto, teve caráter didático e educacional. A inauguração aconteceu em função do Concurso de Redação, que teve o seu Edital lançado com o tema do Festival: “Arte, Literatura e Ancestralidade”. Com prêmios em dinheiro, crianças e jovens percorrem a exposição e fazem uma redação, em sala de aula, para concorrer.

 

“Quando a Cultura e a Educação se encontram por meio da arte, os resultados podem ser surpreendentes. Colocar estudantes em contato direto com as obras de Portinari proporciona uma experiência além das salas de aulas, com potencial de impacto significativo na vida estudantil. Estamos muito felizes em conceder essa iniciativa”, comentou Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross.

João Candido citou o genial compositor polonês Frédéric Chopin: “A Arte é o espelho da Pátria. O País que não preserva sua Arte e sua Cultura jamais verá a imagem da sua própria Alma”.

Parte da programação da primeira edição do Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu –, a exposição “Portinari Negro” exibe 42 reproduções de obras do artista que retratam a realidade de grande parte da população negra no Brasil à sua época, exibidas em estruturas de dois a três metros de altura, dando a ideia de um museu a céu aberto.

 

“A arte sempre foi uma forma poderosa de expressão e de luta por justiça social. E não poderia ser diferente com a obra de Candido Portinari, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, que foi um combatente incansável contra o racismo e a desigualdade social. É por isso que a exposição ‘Portinari Negro’ foi tão importante”, destaca Afonso Borges, curador e presidente do Fliparacatu.

 

Para a exposição, as obras foram feitas em lonas impressas, com os arquivos fornecidos pelo Projeto Portinari, que, há 44 anos, cuida do acervo e da preservação da memória da vida e obra do pintor e visa não só atender a estudantes, pesquisadores e o público em geral, mas também democratizar o acesso ao legado pictórico, ético e humanista de Portinari.

 

Entre os destaques da exposição estão pinturas como “Retirantes” e “Cana-de-Açúcar”, que mostram a dura vida dos trabalhadores rurais, muitos deles negros, que foram explorados durante séculos no país, mas que nessas obras expressam dignidade, força e esperança. Além de obras que retratam a cultura afro-brasileira, como “Samba” e “Festa de São João”, há também obras que abordam questões mais profundas do racismo estrutural, como o caso de “Café”, de 1935. Também chamam a atenção as dezenas de mulheres negras representadas por Portinari, em que, na maior parte das obras, eram retratadas como esteio e força familiar, e também as crianças, retratadas com amor e poesia.

 

Para o curador Tom Farias, a exposição também é uma oportunidade única para os paracatuenses e visitantes se confrontarem com a realidade do racismo estrutural no Brasil e refletirem sobre o papel da arte e de cada um de nós no combate a esse perverso sistema. “Portinari foi um artista engajado, que usou sua arte como forma de denunciar as injustiças e de lutar por um mundo mais justo. Esperamos que a exposição tenha ajudado a sensibilizar as pessoas para a importância da luta antirracista e para o importante papel desempenhado pelo artista nessa luta”, afirmou.

 

O Festival Literário Internacional de Paracatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e com o apoio da Prefeitura Municipal de Paracatu, da Paróquia de Santo Antônio e do Projeto Portinari.

 

Serviço:

Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu

De 23 a 27 de agosto, quarta-feira a domingo

Local: Programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu

 

Entrada gratuita

Informações para a imprensa:

imprensa@fliparacatu.com.br